quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

EXPEDIÇÃO MENDOZA ATACAMA Parte 3

Olá amigos,
continuamos contando um pouco da nossa Expedição Mendoza Atacama 2011. Estou escrevendo de Pomerode já no Brasil, a cidade Alemã mais brasileira. Vamos voltar ao dia 20 no deserto de Atacama, mais precisamente em San Pedro de Atacama.

Dia 20 – Era dia de descanso para os quilômetros que tínhamos a frente, mas, como não conseguimos ficar parados por muito tempo resolvemos alugar umas bicicletas e depois de preparar nossos roteiros para o dia seguinte, pegamos as bikes e fomos pedalando até as Lagunas Cejar 56 km. Ida e volta. Vento leve, sol forte e a estrada sem subidas fortes tranquilizaram o percurso. A noite um jantar muito gostoso no restaurante Sol de Atacama. Sempre com entrada, prato principal e sobremesa (4.900,00 Pesos Chilenos).

Dia 21 – Colocamos as malas no Jeep e seguimos em direção ao Paso de Jama a lendária travessia das cordilheiras. Muitos salares, lhamas, alpacas e vicunhas. Chegamos a 4.500 metros e começamos a descer em direção a Pulmamarca e a montanha das sete cores, antes passamos pela Salina Grande uma espécie de mini Salar Uyuni. O vilarejo estava lotado de mochileiros argentinos, que tomavam as praças e as poucas ruas do lugar, só confirmando que a crise argentina fez com que os argentinos parassem de viajar para fora e impulsionassem muito o turismo interno. Outra curiosidade do momento atual na Argentina é que em praticamente nenhum lugar o cartão de crédito é aceito. Restaurantes, lojas, hotéis e postos de combustível não aceitam cartão, fazendo com que todos tenham que pagar em espécie, o que causou uma falta de cédulas no país, que foi amenizado pelo envio de milhões de notas para a Argentina pela casa da moeda brasileira. Como achamos Pulmamarca muito cheia e confusa, fomos para Tilcara cidade um pouco mais vazia. Vimos um show na praça de danças folclóricas e dormimos em uma tranqüila pousada, próxima a antiga estação de trens desativada (como no Brasil praticamente todas as linhas de trem no interior da Argentina estão desativadas).

Dia 22 – Saímos cedo de Tilcara pela Quebrada de Humbuaca em direção a San Salvador de Jujuy. Parada na Praça de Armas, cambio para pegar Pesos Argentinos, um lanche e fomos para Salta, que cidade legal, passamos a tarde entre passeios, cafés e compras. Salta é uma das cidades imperdíveis da Argentina. Pegamos o Jeep e fomos em direção a Cafayate via Quebrada de Cafayate. Formações geológicas muito diferentes, belas montanhas, muitos vinhedos e bodegas, além dos monumentos naturais como a Garganta do Diabo e o Anfiteatro. Quando chegamos na Cidade de Cafayate para nossa surpresa, tudo lotado pela classe média argentina e seu processo de valorização do turismo interno. Demoramos em encontrar um lugar para passar a noite.

Dia 23 – Tomamos café da manhã em um aconchegante café em frente a Praça de Armas de Cafayate e partimos em direção as Ruínas de Quilmes (o último povo da América Latina a se entregar aos colonizadores espanhóis), ruínas bem preservadas e uma energia muita parecida a que senti em Machu Pichu. Os deuses deste antigo povo guardam este lugar. Paramos em Tafi del Valle (recanto da classe alta argentina) belas casas e muita demonstração que para alguns argentinos a crise não existe. Fomos dormir em Termas do Rio Hondo, tudo quente, temperatura, água.... À seis anos atrás quando passei por esta cidade ela estava completamente fechada, era uma cidade fantasma. Seus duzentos hotéis, lojas, restaurantes, tudo fechado. Com o incremento do turismo interno na argentina muitos turistas animavam o comercio da cidade. A única questão é que não existe água fria na cidade e as 10 horas da noite estávamos tomando banho de piscina a 38 graus a temperatura da água.

Dia 24 – Pegamos a estrada em direção a Resistência. Conhecemos um pouco da Argentina profunda, muitas cidades parecidas com as do Sertão brasileiro, muito gente nas praças esperando as bolsas famílias argentinas. Pouca gente trabalhando, muita terra parada. Resistência é a cidade das estatuas e esculturas de rua. Para onde você olhar vai estar uma obra de arte. No final da tarde muita piscina com vinho no hotel. Total relax.

Dia 25 – Saímos de Resistência e da Argentina. Voltamos ao Brasil e entramos por São Borja, não esqueçam que você tem que pagar 55 pesos argentinos ou 24 reais para atravessar a ponte de volta ao Brasil. Como na estrada não tem nenhuma placa informando sobre esta taxa sempre é um problema na hora deste pedágio. Falando em pedágio como são honestos os pedágios na Argentina (em média 2,50 pesos argentinos, bem distantes um dos outros), bem diferente do Brasil que no trecho entre Curitiba e Foz do Iguaçu, gastei R$ 120,00 de Diesel e R$ 108,00 de pedágio (vocês não acham que tem alguma coisa errada aí). Fomos direto para São Miguel das Missões, aonde vimos o espetáculo de som e luz que é sempre muito emocionante.

Dia 26 – Saímos de São Miguel das Missões em direção ao Salto de Yucumã na divisa com a Argentina. Uma atração sensacional pouco conhecida pelos brasileiros. É uma cachoeira com 1.800 metros de comprimento (dizem ser a maior cachoeira do mundo em comprimento), formada pelas águas do Rio Uruguai na cidade de Derrubadas( é isso mesmo, o nome da cidade vem da grande quantidade de árvores derrubadas para o plantio principalmente da soja) no Rio Grande do Sul. Foi legal conhecer o RS profundo, triste é ver que só se planta soja por toda esta região e o que é pior, o triste estado das estradas, repletas de caminhões que tentam escoar as produções em direção ao Porto de Itajaí. Pernoitamos em Ponte Serrada.

Dia 27 – Fomos conhecer o “Parque Nacional das Araucárias” em Ponte Serrada, parque só no papel, nenhuma infra estrutura, nada, só famílias revoltadas com o IBAMA que proibiu qualquer criação de animais ou plantio de árvores e não pagou as indenizações devidas. Conhecemos sim foi a primeira área particular do Brasil liberada para a caça pelo IBAMA (bem ao lado de um “Parque Nacional”) vimos queixadas, cervos africanos e indianos, javalis e capivaras esperando caçadores do mundo inteiro para o abate... Triste. Pegamos a BR 470 (que estrada ruim) e chegamos a Pomerode com sua colonização alemã, deliciosos restaurantes e muitas boas cervejas.
Amanhã continuo escrevendo sobre a nossa expedição e logo vou colocar as fotos desta viagem muito legal.

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